Torneio mundial de bebês

Torneio mundial de bebês

Ela é pequena, né? Quantos meses ela tem? O meu, quando nasceu, já tinha o tamanho dela. Uma terceira pessoa, que ainda não participava da conversa, resolve interceder: ah, pois o meu já tinha três vezes o tamanho do seu enquanto ainda estava na barriga. Senhoras e senhores, parece que temos um vencedor.

Todo encontro entre pais de bebês é um grande campeonato. Avalia-se quanto os pequenos medem, quanto pesam, se já sentam, se rolam, engatinham, andam, falam, se batem palmas, se dão “tchau” e outras coisas que deveriam ser de interesse só da família. Acontece em todo lugar e a qualquer hora. Mas certas ocasiões são mais propícias aos embates, como a sala de espera em dia de consulta, que mais parece um hall de exposição, com cada equipe expondo desafiadoramente seus pesos-pesados (ou leves). É um clima de “deste lado do ringue, com quinze quilos e dois meses, Benício. Deste outro, com cinco meses e já falando três idiomas, Valentina”.

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Com a Penélope, já rolou bastante o lance do tamanho, pois ela não é das maiores. Em compensação, ela vem se desenvolvendo muito bem em outros aspectos. Mas, de todo jeito, e daí? E daí se o meu ou o seu bebê são mais isso ou menos aquilo com a mesma idade? Comparar recém-nascidos parece ser o esporte favorito de muita gente, mas eu diria que há outros esportes mais saudáveis. Esse senso de competição, de comparação sem propósito, essa obsessão por querer determinar qual bebê faz mais truques é coisa de… criança.

Já é bem difícil dar conta do que um bebê faz – ficar preocupado com o que ele ainda não faz eu deixo pra quem não convive com o pequeno todos os dias e acompanha seus progressos. Depois de quase nove meses, consegui desenvolver a habilidade de me desligar mentalmente quando alguém vem me perguntar se a Penélope já faz o que deveria estar fazendo de acordo com o cronograma de desenvolvimento criado por aquela pessoa.

É o melhor a fazer, pois não existe cessar-fogo nesse combate. À medida que o tempo passa, as comparações continuam e as expectativas incontroláveis – dos outros – vão apenas se atualizando. A mais recente por aqui é quanto ao nascimento dos dentes, que ainda não deram muito sinal. O misto de frustração e aflição que domina a plateia quando digo que ainda vão aparecer chega a dar pena. Poxa, todos só queriam a confirmação de um dentinho que fosse para poderem dormir tranquilos. Mas, desculpem, cada bebê tem seu próprio ritmo. Fiquem ligados que aviso de qualquer novidade.

Por Igormina

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