Depois de tanta pesquisa e preparação, finalmente aconteceu nossa maratona Brasil-Suécia. Sim, o caminho é longo, mas conseguimos chegar sãos, salvos e muito cansados com a Penélope de 9 meses nos braços.
Malas de porão
Fechamos as malas de porão no equivalente a um volume para cada. Na minha mala, coloquei minhas poucas roupas e da pequena. Fiz questão de trazer as fraldas ecológicas, afinal viemos para um país que é tão louco da reciclagem que até precisa importar lixo pra suprir uma demanda energética. Trouxe as 20 do nosso kit e escolhi os absorventes que mais uso – uns 12 normais, pra colocar dentro do bolso da capa, todos os noturnos, com um lado mais largo, e todos os grossões, que seguram mais tempo o xixi. Comprei uns sacos a vácuo e fiz todo o volumão virar um voluminho no fundo da mala.
Trouxe também roupinhas pra usar no verão, já que ela tinha uns 30 bodies que ainda não tinha usado, tamanho 9-12 meses, e eu não ia comprar tudo de novo aqui. Ainda é primavera, ainda tá um pouquinho frio pra ela (faz cerca de 12 graus, 15, 17, e ela tá superbem de moletom), mas fica mais quente a cada dia, então já estamos equipadas. Como não vou mexer nesse pacote agora, embalei essas roupinhas em outro saco a vácuo e coloquei na mala também. Essa dica é boa pra viagens com roupas de inverno, que são volumosas e ficam bem menores quanto a gente tira o ar. =)
Ah! Aproveitei e coloquei um bichinho de pelúcia mais gordinho que ela gosta muito, uma coruja, dentro de um desses sacos. Ela é toda de tecido, então amassou super! haha!
A mala do Igor acondicionou coisas minhas que não couberam, e a terceira mala entrou de última hora porque a gente decidiu trazer o iMac de 21 polegadas, porque aqui é muito, muito caro comprar um novo, e a TAP simplesmente não possui uma solução para transporte de um computador numa caixa. Quando a gente levou do Canadá pro Brasil, ele foi na caixa original transportado pela Air Canada como bagagem frágil e não entrou na esteira. Chegou perfeito. Pra trazer na TAP, compramos uma mala de fibra e recheamos com travesseiros e roupas de cama pra proteger. Passamos um Protec Bag no aeroporto pra não ter perigo de danificar o zíper e abrir. Ainda não tivemos tempo/coragem de checar se deu certo.
Berço a bordo

Nosso voo saiu de Fortaleza e foi direto pra Lisboa pela TAP. Foi um voo noturno de cerca de 8 horas, e a gente esperava que fosse tranquilo, porque a Penélope dorme bem à noite. De fato, foi. Tivemos dois companheiros de poltrona que foram maravilhosos (faz toda a diferença pegar alguém que goste de bebês ou que pelo menos não odeie) e ajudaram bastante com brincadeirinhas e pegando coisas que caíam no chão, por exemplo. Demos sorte!
A TAP diz no site que tem berço disponível em algumas aeronaves para um número limitado de bebês. Não é possível pagar pra garantir um berço, e eles não garantem que vá ter, então eu fiquei bem apreensiva em viajar com a Penélope dormindo no meu braço ou no do Igor, e a gente sem poder dormir, com medo de derrubar a menina. Liguei pra TAP antecipadamente pra dizer que ia um bebê e que eu queria o berço, e a atendente disse que isso seria resolvido no check-in.
No check-in, a moça me disse que não garantia que a gente sentaria em um lugar que desse pra fixar o berço, porque o voo tava lotado (e eu fiquei P da vida), mas, felizmente, quando a reserva com bebê é feita, o sistema aparentemente já entende que os passageiros precisam de mais espaço. Mas disse que só no avião eu saberia se teria o berço. Dentro do avião, disseram que tinha berço, sim, mas que só poderia ser instalado depois da decolagem (descolagem, em português de Portugal, haha). E depois que decolou, e o berço foi pro lugar, a comissária de bordo disse que a Penélope só poderia ir pra lá quando o aviso de atar cintos estivesse desligado. Foi tipo o cachorro babando ao ver um frango girando na máquina, mas tal hora deu certo.
Ela ganhou um kit fofinho pra bebês com os personagens Flip & Flap, um avião e seu cachorro-helicóptero (?). Vieram duas pelúcias, uma de cada boneco, um babador e um livrinho de banho. Adorei!
Malas de mão
As famosas malas do entretenimento e das emergências. O bebê pode ter uma mala de mão de até 10kg no voo, enquanto adultos têm de 8kg. Nessa mala do bebê estão liberados os líquidos, como garrafa térmica com água quente, o copinho com água e papinhas. Levei uma lata de fórmula, garrafa, copo, três mamadeiras, toda a parte de higiene (trocador, fraldas descartáveis, lencinhos umedecidos), toalha pra dar banho e fraldinha pra limpar a boca.
Na minha mochila, coloquei um travesseirinho e uma mantinha mais quente, três bodies extras, duas calças e gorrinho pra se fizesse frio ou se ela se sujasse. E coloquei também uma troca de roupa pra mim. Também levei dois bichinhos que ela gosta e dois livrinhos novos, que ela tá amando!

Voo diurno – mais difícil, mas possível
Chegamos em Lisboa com tranquilidade. Penélope dormiu a noite toda e, mesmo trocando de colo várias vezes e entrando e saindo do berço (a cada área de instabilidade), não acordou. Ah! Vale dizer que ela chorou muito na decolagem, porque não está mais mamando e tomou o leite na mamadeira antes. É importante o bebê fazer o movimento de sucção pra não sentir a diferença de pressão, e somente com a chupeta ela não conseguiu administrar o incômodo. Quando chorava, parava de sugar, e aí é que ficava ruim. Mas na aterrissagem foi de boas.
Ficamos 20 horas em Lisboa. Reservamos uma pousadinha mara (Jo's Place) pra descansar e nos concentrar pro dia seguinte. Foi dia 13 de maio, era centenário das aparições em Fátima, e o papa estava em Portugal. À noite, o Benfica foi tetracampeão, e a rua tava lotada de torcedores vendo o jogo e depois comemorando. Almoçamos um belo bacalhau à moda portuguesa num restaurantinho ao lado da pousada e compramos lá também um lanchinho à noite.
O segundo voo foi Lisboa-Estocolmo, com duração de 4 horas. Diurno, pareceu ser bem mais longo, também porque ainda estávamos cansados. O avião era menor, da TAP também, mas confortável. Não havia entretenimento de bordo nem kit pro bebê, muito menos berço. Enfrentamos o caminho na raça e no braço. Ela dormiu assim que o avião decolou, acordou mais ou menos no meio do voo e dormiu de novo já perto do final. Deve ter ficado uma hora acordada, mais ou menos. Ela é uma pimentinha, mas deu tudo certo. Amou ficar vendo a asa do avião, ria muito!
Preparamos uma mamadeira pra ela durante o voo, tudo bem tranquilo, e brincamos com bichinhos de pelúcia, livro, a mesinha de alimentação, o botãozinho de abrir a mesa... Tudo virou brincadeira. =)

Um carregador de bebê é essencial. Usamos nos aeroportos, quando estávamos com as malas, dentro do avião e do trem quando ela estava dormindo, e a gente queria descansar sem medo e no táxi, porque viemos sem bebê conforto, e o taxista nos orientou a passar o cinto de segurança abraçando o bebê no canguru. Enfim, de última hora decidimos deixar o carrinho guarda-chuva em casa e foi a melhor coisa que fizemos. Teria sido impossível!
