A dor e a delícia de mudar de rumo

A dor e a delícia de mudar de rumo

O que você quer ser quando crescer?” Eu ouvi, você também deve ter ouvido. Tenso.

“Quê!?” Era assim, e com uma cara bem abusada, que as crianças deviam responder a essa pergunta tão aterrorizante.

Lógico que na maioria das vezes é só uma pergunta retórica, mas revela muita coisa. Somos educados para um determinado tipo de sucesso, que é meio imposto pra gente desde criança. Desde cedo aprendemos coisas técnicas, a sermos produtivos, a competir com os coleguinhas... E lá pelos 17 anos (17 anos, meu Deus, o auge do “quem-sou-eu-onde-estou” na vida do ser humano!)” somos convidados (leia-se: obrigados) a decidir a profissão que vamos seguir.

Um dos problemas desse processo é que ele não costuma levar em consideração algo básico: nossos sonhos e nossa essência. Tem todo um mundo ao nosso redor falando que a gente tem que ganhar dinheiro, crescer, ser alguém na vida (!!?). Só que nem sempre isso casa com o que o coração pede.

E aí, ali pelos 30 anos, quando você começa a aprender um pouquinho sobre a vida, vê que naquela estrada lá atrás, talvez você devesse ter ignorado as placas que apontavam para “Ser alguém na vida” e seguido a que indicava “O que você quer de verdade”.

Falei aqui sobre mudar e como isso é natural e bom. Mas quando se trata de trabalho, isso pode ser penoso. Sair da zona de conforto e arriscar é sempre difícil. Você não sabe bem por onde começar. Vai ter que conhecer pessoas, fazer networking, dar a cara a tapa. Pensa no dinheiro – porque as contas precisam ser pagas, oh céus. Fica com medo de não conseguir, duvida de si. Pensa que já tem 32 anos e não é “alguém na vida” e se desespera. E, claro: a família acha que você endoidou.

É a minha saga agora. Já fiz muita coisa, mas só há pouco tempo vi que nunca fiz o que realmente queria e que não estava feliz. Por isso, pedi demissão e estou tateando por um caminho novo. Morrendo de medo, mas com uma certeza: o caminho fácil nem sempre é o melhor. Como mamãe já dizia: quem não arrisca não petisca.

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Dá força saber que não estou só. A gente vê cada vez mais histórias de pessoas que resolvem empreender e ir atrás de um trabalho que dê mais sentido à vida. A revista Vida Simples trouxe dia desses uma matéria bacana sobre isso. E pertinho de mim, tenho pessoas queridas mudando de rumo e achando um novo significado pra palavra sucesso. A Baby Beh, por exemplo, só existe por isso: Gabi e Marcos resolveram largar seus bons empregos e ir em busca de mais satisfação. Meu namorado recentemente largou um emprego público e estável para se jogar em algo que ele ama. E aposto que muita gente que está me lendo agora está nessa também (conta pra gente!) Realização é a palavra-chave pra essa galera.

Por isso, quando eu tiver um filho, pretendo não perguntar o que quer ser quando crescer. Em vez disso, quero ensiná-lo algo que acho mais importante: aprender a ouvir o sexto sentido e o coração. Eles sempre sabem por onde a gente tem que ir.

Por Luciana Soares

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