Se há uma regra de ouro entre as mães na internet é a de que nunca se tem body branco demais. Com manga curta ou com manga longa, o body branco combina com tudo, faz o look do verão e deixa mais quentinho o do inverno. Tenha um guarda-roupa inteiro deles, porque peça mais versátil não há.
Queria ser uma dessas mães de body branco. Os poucos que tive, diante da realidade sem filtro da vida, foram ficando para trás, com manchas de comida e catarro. No Instagram, body branco é trendy, é clean, é escandinavo, hipster, moderninho, básico, clássico. Na vida real é tudo isso, menos clean.

O body branco só esteve ao meu lado até a introdução alimentar. Depois que a Penélope começou a comer (e derramar e cuspir e espalhar), depois que a Penélope começou a ir pro chão (e a rolar e a engatinhar e a se sujar), troquei o branco pelo cinza e fui mais feliz.

Me sentia uma péssima mãe não conseguindo lidar com manchas em bodies brancos.
"Não use produtos pesados, podem dar alergia no bebê"
"Não coloque na máquina de lavar, muito menos junto com as roupas da casa"
Mas as danadas não saíam lavando a mão, só com sabão de coco, como ensinam as mães da internet. Nem com máquina nem com Vanish nem com reza brava. E por que todo mundo consegue, menos eu?

R.I.P. body branco com bolinhas cor de rosa depois de canetinha, lápis de cor aquarelável e uma manga
Parei de me perguntar, de me cobrar, de me criticar e abracei a proposta do papai seis meses atrás: vamos de cinza, claro, escuro, listrado. Vamos de azul marinho. Vamos de preto.

De todas as cores do mundo em seus tons mais profundos e mais fáceis de lavar. De estampas coloridas que disfarçam as nóduas de fruta, do arroz de cenoura que ela virou sobre a mesa e espalhou com as mãos e os braços, da areia que ela limpou nas pernas ou na barriga.

Longe do branco, a pequena corre livremente, e a gente só olha, com alívio, porque vai poder lavar depois sem se preocupar – junto com as roupas de casa, na máquina, mas sem Vanish, porque não precisa.
P.S.: O mesmo vale para meias.