Antes de nascer, o presente que Penélope mais ganhou foram sapatos. Não sei se é algo cultural ou se todo mundo acha fofo mesmo, mas foram tantas as visitas com pares de pisantes que eu mesma só comprei três: um tamanho 01, pra usar logo novinha, e dois um pouco maiores, pra depois.
As amigas de longa data, muito carinho e pouco contato, assim como as pessoas da família, preferiram apostar nos clássicos: sapatinhos de verniz, sapatinhos de fivela, sapatinhos com lacinhos, sandálias com perolinhas. As mais próximas, renderam um tênis número 03 e duas Melissas.

O médico dizia que Penny iria ter o pezão. Como eu realmente tenho (calçava 38 e passei a 39 depois da gravidez), acreditei na brincadeira e nem me ocupei em comprar sapatos pequenos, ficando só com os presentes. Mas quando a menina nasceu, não tinha nada de pé grande. Ela veio do tipo mignon, como diz o avô Gilvan, e o pezinho sambava livremente em todos os modelos do guarda-roupa.
Um deles, mesmo grande, parava nos pés da Cinderella: o tênis tamanho 01, que calçaria um pezinho maior e mais largo, mas como tinha o cano mais altinho, ficava preso no tornozelo e não caía!
Foi assim que descobri as maravilhas de usar tênis em bebês, principalmente esses mais agitadinhos como a pequena P. Usamos um par atrás do outro, todos os que tínhamos, todos os dias.
Era calçar qualquer outra opção e ficar naquela tensão, procurando sapato que caiu no meio do caminho, dentro do carro, no bebê conforto. Uma sapatilha preta coisa linda que minha mãe deu perdi foi o par e só usei uma vez. =(
Usamos os tênis de recém-nascido da Pimpolho, tamanhos 01, 02 e 03. O cadarço é um elástico que você consegue abrir bem pra colocar o pezinho, e depois ele fecha confortavelmente. Quando Penélope não coube mais nesses, foi difícil encontrar outro, porque sapatarias comuns só tinham numeração a partir do 18, e ela ainda estava no 15, 16.

Ah! Vale lembrar que sapato de bebê é muito caro. Eu, mão de vaca como poucos, não aceitava pagar uma grana em um par pra quem nem andava ainda, então as lojas de bebê estavam fora do meu roteiro. Mas em duas delas encontrei opções com preço OK e com grade grande que incluísse a Peninha: um quiosque nos shoppings que se chama algo como Sapatinhos e a Tip Top.

Nesta última, encontrei modelos diferentes e práticos. Comprei um que fechava com velcro, e a gente usou literalmente até ele acabar. E o outro era com cadarço, que a gente usou menos, porque a menina desamarra o cadarço na hora, haha!
A única chatice de comprar tênis pra bebê é chegar na loja e ter de aturar o mesmo diálogo todas as vezes:
– Tem tênis branco tamanho tal?
– É menino ou menina?
– É branco, tem?
– É menino ou menina?
– Menina, mas tanto faz, não tenho essa besteira
Vendedora dá um olhar julgador em minha direção. Sempre tinha alguma que me mostrava um tênis de oncinha. Que tal seria descomplicar? Tem ali todos os sapatos, todos são possíveis pra quem quiser usar. No mundo dos adultos, homens e mulheres têm pés de tamanhos e formatos diferentes, mas o mundo dos bebês é bem mais fácil. Por que um tênis não pode ser só um tênis? Ser prático, fofo e descolado?
Por favor, Baby Beh, faz tênis pra gente!